fevereiro 05, 2019
A tradição vinícola da Espanha é bem antiga, e vem desde o período em que os romanos dominaram a Península Ibérica, mas muito antes disso, a região já cultivava suas videiras. Existem registros que lá, se cultivam uvas, há pelo menos 6 mil anos, bastante tempo, né? Os séculos se passaram, mas o charme e a importância dos vinhos espanhóis ao redor do mundo só cresceu. Hoje, vamos conhecer um pouco das regiões de Rioja e Ribera del Duero, que são importantíssimas, charmosas e incrivelmente lindas.
La Rioja:
Além de possuir paisagens de tirar o fôlego, Rioja é uma das mais valiosas macrorregiões do país, e foi a primeira a receber o status de DOCa, em 1991. Seus vinhedos estão plantados em altitudes que variam entre 500 e 800 metros acima do nível do mar. Os solos são calcário-argilosos, com boa concentração de ferro. Rioja Alavesa fica a oeste da cidade de Logroño, na margem norte do rio Ebro. Os climas em Rioja Alta e Rioja Alavesa são bastante similares. Devido à influência do Atlântico, não ocorrem temperaturas extremas típicas de climas continentais. Já em Rioja Baja, a leste de Logroño e na margem sul do Ebro, o clima é mais continental, com verões quentes e invernos rigorosos. Os solos são bastante argilosos e chove muito pouco. A principal cepa cultivada é a Garnacha, e os vinhos da região costumam ter menor potencial de guarda do que aqueles produzidos em Rioja Alta e Rioja Alavesa.
Os produtores locais definiam seus vinhos pelo blend e pelo uso da madeira, com estágio em barrica por períodos mais longos do que os estabelecidos nacionalmente. A partir da década de 1970, eles passaram a ser produzidos com longos períodos de maceração, seguidos de estágios mais curtos em madeira. Além disso, o anteriormente mais usado carvalho americano tem sido substituído pelo francês sistematicamente.
Hoje, a tendência é produzir varietais, e mesmo vinhos feitos com uvas de vinhedo único, pois o foco tem se depositado em mostrar a personalidade da uva e do vinhedo em si, ao invés de técnicas de fazer bons blends. Riojas “mais modernos” já apresentam traços mais frutados e são mais influenciados pelas barricas de carvalho francês.
Ribera del Duero:
Esta é provavelmente a mais importante das denominações espanholas. Protegida de qualquer influência marítima por uma cadeia de montanhas. Está localizada na parte mais alta da meseta, com alguns vinhedos a 850 metros de altitude, o que garante noites frias durante o ano todo, mesmo no verão, quando a amplitude térmica pode chegar aos 20ºC. Quem muito se beneficia dessas diferenças de temperatura é a Tempranillo, vedete local, presente em blends e personagem única da maioria dos melhores tintos do lugar. A Garnacha, por sua vez, é usada principalmente nos rosés.
Nos anos 80, o potencial da região era pouco explorado, e a área era mais conhecida por seu produtor mais ilustre, Vega Sicília. A partir de novos investimentos, e do trabalho de enólogos jovens, viu-se um salto na quantidade e qualidade dos tintos lá produzidos.
Um detalhe importante é que o status DO Ribera del Duero só vale para tintos e rosados. Outro é que as castas Cabernet Sauvignon, Malbec e Merlot são permitidas na DO por influência do Vega Sicília, que tem vinhedos antigos dessas cepas. O clone de Tempranillo cultivado em Ribera del Duero é conhecido no local como Tinto Fino e tem as cascas mais grossas, resultando em vinhos mais tintos e com taninos mais adstringentes do que os vistos em vinhos do Rioja, por exemplo.
Duas regiões importantes para a história vitivinícola mundial, que precisam ser exploradas pelos amantes do vinho e da cultura espanhola. E caso você esteja curioso para provar estes sabores milenares, é só acessar o nosso site e conferir os rótulos especiais que preparamos para você degustar, sem sair de casa.
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