dezembro 15, 2022
O Chardonnay amanteigado: como o vinho branco mais popular do mundo se modifica propiciando novas nuances de sabor a seus aficcionados.
Na França, dois estilos de Chardonnay são utilizados. Na sua terral natal, a região da Borgonha, os enólogos dão preferência à Chardonnay com passagem em carvalho para dar mais corpo e profundidade ao vinho. São vinhos famosos no mundo todo.
Porém, ainda lá na Borgonha, mais especificamente em Chablis, os franceses optaram por elaborar Chardonnays de maneira mais purista, exemplares não envelhecidos em carvalho, que oferecem mais acidez e mineralidade. Alguns dos melhores (e mais caros) Chardonnays vêm desta região.
Quando esta variedade ganhou o mundo e construiu sua fama como uva fácil de ser trabalhada, os vinicultores e enólogos sentiram-se livres para explorar as duas vertentes de vinificação.
Aliás, se você quer saber mais sobre a origem da Chardonnay, veja o artigo anterior sobre a uva Chardonnay em nosso blog.
Resumidamente, se o objetivo é produzir um Chardonnay fresco e brilhante, o vinicultor optará pelo aço inoxidável (na maioria dos casos) para fermentar o vinho. Isso reduz a oxigenação, o que ajuda a manter o caráter fresco da uva para vinho branco.
Pouquíssimos vinhos brancos se prestam a passagem em carvalho. A delicadeza de seus aromas e sabores é subjugada pela madeira, sua acidez é prejudicada pela oxigenação e o resultado acaba sendo desastroso.
Não é o caso da Chardonnay. Um trabalho bem feito com barris de carvalho nesta uva, dá origem a profundidade, intensidade, corpo, sensação sedosa e notas amanteigadas. Cabe dizer que os enólogos californianos são mestres em utilizar carvalho na Chardonnay.
Mas o que acontece neste processo? Em primeiro lugar, as barricas de carvalho possuem compostos aromáticos que se infiltram no vinho quando em contato com ele, dando-lhe as cobiçadas notas de baunilha, côco, cravo, canela e outras especiarias.
Em segundo lugar, o carvalho respira, o que causa a entrada de oxigênio no barril e no vinho, dando-lhe um sabor mais redondo, com notas de avelã e de nozes.
Em terceiro lugar, um microrganismo chamado Oenococcus Oeni alimenta-se do ácido málico, presente no vinho, produzindo um ácido de sabor mais cremoso (amanteigado) chamado ácido láctico. Este processo se chama fermentação maloláctica e pode deixar algumas notas de pão ou biscoito recém assado, notas que lembram fermento, no vinho.
Além disso, os polifenóis aumentam a capacidade de envelhecimento do vinho. O quanto, depende muito do processo de vinificação. A maioria dos Chardonnays envelhecidos em carvalho deve ser consumida dentro de 3 a 5 anos, embora alguns vinhos de destaque envelheçam bem por até 10 anos.
Se você deseja provar a maestria do manejo da madeira nos Chardonnay da California, escolha um dos exemplares aqui.
Se você ama vinho tinto, mas busca um vinho mais leve para o verão, além de sempre poder optar pela Pinot Noir, você pode ousar e provar um Chardonnay com passagem em madeira, o branco preferido de quem ama tinto! Cheers!
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