Se você está chegando agora por aqui e tem dúvidas sobre a elaboração do vinho, aqui tem um passo a passo de como esta bebida milenar é feita pelos métodos modernos.
1. Colheita
É a época mais movimentada do ano em qualquer vinícola. As regiões vinicultores costumam ter
suas próprias tradições, eventos e até festivais para comemorar a vindima. As uvas podem ser colhidas a mão ou através de colheitadeiras mecânicas. Nesta etapa a grande preocupação dos viticultores é o teor de açúcar na uva, pois este vai determinar o grau alcoólico do vinho.
Quanto mais tempo as uvas permanecerem na videira, maior será o seu teor de açúcar, é o que os americanos chamam de hang time.
2. Maceração
Tradicionalmente, o esmagamento das uvas, evoca imagens da pisa em lagares de pedra, porém
este processo está quase extinto, restrito a pequenas vinícolas familiares ou reservado a raras vinícolas comerciais. Modernamente se usam prensas pneumáticas para realizar o que antes era feito por pés humanos. O esmagamento das cascas da uva fresca e madura, permite que o suco, a polpa, as cascas e as sementes se misturem. À medida que os sucos se misturam com as cascas das uvas, eles absorvem a cor, os aromas e os sabores.
O processo também mescla a levedura que se localiza na pruína, um espécie de cera que fica na casca da uva. A levedura provoca a fermentação do suco ao consumir o açúcar, produzindo assim o álcool. Existem várias maneiras de macerar as uvas para produção de vinhos, se você deseja conhecer mais sobre o assunto é só seguir nosso blog.
Você sabia que os enólogos utilizam vários tipos de maceração para obter o vinho que desejam?
Nesta etapa o cuidado de evitar o esmagamento bruto ou excessivo é fundamental porque este pode provocar um sabor herbáceo no vinho ou mesmo o excesso de taninos, substância que fica nas cascas e sementes da uva e causa a sensação de adstringência no paladar.
3. Fermentação
A fermentação é um processo químico no qual o açúcar se transforma em álcool. Existem muitas técnicas que os produtores de vinho usam para auxiliar nesse processo.
As leveduras podem ser selvagens como vimos acima ou industrializadas. As últimas possibilitam um melhor controle do processo pelo enólogo.
Parar o processo de fermentação é um dos maiores desafios que os produtores de vinho enfrentam. A fermentação irá parar por conta própria assim que todo o açúcar for convertido em álcool, mas isso resultaria em um vinho muito seco, com teor alcoólico muito alto, de até 18 por cento. Por isso, quando os vinhos atingem o nível perfeito de doçura, os enólogos interrompem o processo para manter os níveis de açúcar e álcool conforme desejam.
Existem várias maneiras pelas quais os produtores de vinho podem conseguir isso. Além do equilibrio entre álcool e açúcar, outro aspecto fundamental na etapa da fermentação é o controle da temperatura para evitar acidez excessiva, aromas e sabores indesejados no produto final.
4. Envelhecimento
O enólogo pode selecionar um sem fim de opções.
Barricas de carvalho de diversas nacionalidades, os mais comuns são os franceses, americanos e húngaros. As barricas podem ter níveis diferentes de tosta para dar notas distintas ao vinho e podem ainda serem novas ou usadas por períodos variáveis.
O enólogo pode optar por usar tanques de concreto, de aço inoxidável e até mesmo a própria garrafa. Ou ainda uma mescla de tudo isto acima. O tempo de amadurecimento também pode variar de nenhum até muitos anos.
Nesta etapa, a chave é emprestar as notas de baunilha, cacau, especiarias e outros mais que estão na madeira ao vinho sem impedir que ele mostre sua personalidade, seu caráter frutado.
5. Engarrafamento
O vinho é então filtrado para ter um aspecto cristalino.
A garrafa é arrolhada e depois tampada com um lacre de alumínio para evitar a formação de mofo na rolha. O produtor rotula as garrafas e pronto, seu vinho já pode ser aberto e compartilhado com a família e os amigos como a humanidade tem feito há milhares de anos.
Cheers!
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