julho 30, 2019 1 Comentário
A PRODUÇÃO DE UVAS NO ESTADO DO TEXAS
Embora o estado do Texas não seja muito citado quando o assunto é vinho, ele é o terceiro maior produtor de uvas do país! Ali as uvas cresceram naturalmente ao longo de rios e riachos por milhares de anos e muitas uvas geneticamente únicas foram identificadas como nativas da região.
Basta visitar o estado para perceber quão abundantes são as uvas ali. A maior parte do Texas tem como plano de fundo videiras nativas. Estas espécies nativas desempenharam um papel importante no fornecimento de resistência genética para porta-enxertos de uva utilizados em todo o mundo. Porém, embora a produção de uvas seja um sucesso no estado, o cultivo de vinho era muito difícil por ali.
Por inúmeros problemas climáticos e com pragas, a indústria vinícola do Texas só começou em escala comercial no final dos anos 70. Com uma grande revolução do vinho acontecendo em todo o mundo, vinhedos foram plantados em diversas partes dos Estados Unidos, inclusive no Texas. Por volta de 1975, as áreas de interesse se desenvolveram em Lubbock, Fredericksburg, Fort Worth e Fort Stockton e continuam até hoje abrigando grandes vinícolas.A área de Lubbock se desenvolveu como maior produtora de uvas do Texas. A região é privilegiada porque é livre de diversos empecilhos para cultivo e possui o melhor solo do mundo. Além disso, lá as noites são frescas, o que ajuda muito a aumentar a qualidade dos frutos. As uvas cultivadas ali são a Riesling e Chardonnay, ao norte de Plainview, e Sauvignon Blanc e Zinfandel ligeiramente ao norte de Lubbock. Cabernet Sauvignon, Merlot, Chenin Blanc e Muscat Canelli são cultivadas ao sul de Lubbock.
No extremo-oeste do estado, o vinhedo Genevieve de 1.000 acres, pertencente ao Departamento de Terras da Universidade do Texas, domina a área. A Sauvignon Blanc, Chardonnay, Chenin Blanc, Ruby Cabernet e a Zinfandel geram grandes produções de frutas de alta qualidade. O clima seco, solo fértil e os invernos suaves são positivos para a área. A produção é muito boa, possui um crescimento vigoroso da videira e as uvas geram excelentes vinhos.
A região montanhosa, ao norte de Fredericksburg para San Saba, é repleta de colinas de calcário e riachos imaculados.Com aproximadamente 600 acres de vinhedos, possui excelente solo e clima. O local se tornou uma região popular quando se trata de vinícolas, mas uma curiosidade é que Hill Country também é muito conhecido pela produção de pêssegos!
Já em Madeira West Cross, região centro-norte do Texas, existem aproximadamente 250 acres de uvas com um grande número de vinhedos e vinícolas menores. O clima é tipicamente seco e a área tem uma grande variedade de solos, sendo alguns profundos e bem drenados, excelentes para a produção de uvas. Existem seis tipos básicos de uvas cultivadas no Texas, mas indústria do vinho ali é 99% Vitis vinifera. Estas são as uvas de vinho clássicas da Europa, que também são cultivadas na Califórnia, e todas as outras grandes regiões vinícolas do mundo. Antes da nova indústria do vinho do Texas, a maioria dos vinhedos eram pequenos e para uso doméstico ou local. Eles plantavam uvas americanas resistentes ao frio, doenças e insetos. Isso incluiu centenas de variedades, no entanto, as mais comuns eram as Munson; Beacon, Carman, Champanel e Ellen Scott, Cynthiana do Arkansas, Vitis Bourquiniana, LeNoir, Hebemont e Favorite. Atualmente, com o aumento da tecnologia e a chegada de novas técnicas, as plantações do Texas expandiram e não ficam mais a mercê das dificuldades locais. Quem diria que um estado onde existia tantos impedimentos se tornaria o terceiro maior produtor de uvas do país? E nós comemoramos essa evolução, pois certamente muitos dos vinhos americanos que apreciamos, são feitos com uvas diretamente do Texas!
Credito a publicações de Jancis Robinson.
fevereiro 05, 2019
A tradição vinícola da Espanha é bem antiga, e vem desde o período em que os romanos dominaram a Península Ibérica, mas muito antes disso, a região já cultivava suas videiras. Existem registros que lá, se cultivam uvas, há pelo menos 6 mil anos, bastante tempo, né? Os séculos se passaram, mas o charme e a importância dos vinhos espanhóis ao redor do mundo só cresceu. Hoje, vamos conhecer um pouco das regiões de Rioja e Ribera del Duero, que são importantíssimas, charmosas e incrivelmente lindas.
La Rioja:
Além de possuir paisagens de tirar o fôlego, Rioja é uma das mais valiosas macrorregiões do país, e foi a primeira a receber o status de DOCa, em 1991. Seus vinhedos estão plantados em altitudes que variam entre 500 e 800 metros acima do nível do mar. Os solos são calcário-argilosos, com boa concentração de ferro. Rioja Alavesa fica a oeste da cidade de Logroño, na margem norte do rio Ebro. Os climas em Rioja Alta e Rioja Alavesa são bastante similares. Devido à influência do Atlântico, não ocorrem temperaturas extremas típicas de climas continentais. Já em Rioja Baja, a leste de Logroño e na margem sul do Ebro, o clima é mais continental, com verões quentes e invernos rigorosos. Os solos são bastante argilosos e chove muito pouco. A principal cepa cultivada é a Garnacha, e os vinhos da região costumam ter menor potencial de guarda do que aqueles produzidos em Rioja Alta e Rioja Alavesa.
Os produtores locais definiam seus vinhos pelo blend e pelo uso da madeira, com estágio em barrica por períodos mais longos do que os estabelecidos nacionalmente. A partir da década de 1970, eles passaram a ser produzidos com longos períodos de maceração, seguidos de estágios mais curtos em madeira. Além disso, o anteriormente mais usado carvalho americano tem sido substituído pelo francês sistematicamente.
Hoje, a tendência é produzir varietais, e mesmo vinhos feitos com uvas de vinhedo único, pois o foco tem se depositado em mostrar a personalidade da uva e do vinhedo em si, ao invés de técnicas de fazer bons blends. Riojas “mais modernos” já apresentam traços mais frutados e são mais influenciados pelas barricas de carvalho francês.
Ribera del Duero:
Esta é provavelmente a mais importante das denominações espanholas. Protegida de qualquer influência marítima por uma cadeia de montanhas. Está localizada na parte mais alta da meseta, com alguns vinhedos a 850 metros de altitude, o que garante noites frias durante o ano todo, mesmo no verão, quando a amplitude térmica pode chegar aos 20ºC. Quem muito se beneficia dessas diferenças de temperatura é a Tempranillo, vedete local, presente em blends e personagem única da maioria dos melhores tintos do lugar. A Garnacha, por sua vez, é usada principalmente nos rosés.
Nos anos 80, o potencial da região era pouco explorado, e a área era mais conhecida por seu produtor mais ilustre, Vega Sicília. A partir de novos investimentos, e do trabalho de enólogos jovens, viu-se um salto na quantidade e qualidade dos tintos lá produzidos.
Um detalhe importante é que o status DO Ribera del Duero só vale para tintos e rosados. Outro é que as castas Cabernet Sauvignon, Malbec e Merlot são permitidas na DO por influência do Vega Sicília, que tem vinhedos antigos dessas cepas. O clone de Tempranillo cultivado em Ribera del Duero é conhecido no local como Tinto Fino e tem as cascas mais grossas, resultando em vinhos mais tintos e com taninos mais adstringentes do que os vistos em vinhos do Rioja, por exemplo.
Duas regiões importantes para a história vitivinícola mundial, que precisam ser exploradas pelos amantes do vinho e da cultura espanhola. E caso você esteja curioso para provar estes sabores milenares, é só acessar o nosso site e conferir os rótulos especiais que preparamos para você degustar, sem sair de casa.