janeiro 15, 2024
Em meio às colinas ensolaradas do Alentejo, uma tradição vinícola ancestral floresce: a vinificação em talha, um método enraizado na herança romana que se mantém viva até hoje. O Alentejo tem sido o guardião dessa prática única, preservando-a de geração em geração.
A técnica de fazer vinho em talhas foi legada pelos romanos, e ao longo dos séculos, passou de mãos em mãos, preservando-se quase inalterada. Cada adega, cada produtor, cada localidade acrescenta nuances à tradição, resultando em uma rica variedade de métodos, mas a essência permanece a mesma.
O interesse crescente dos produtores alentejanos pelos vinhos de talha trouxe uma modernização sutil. A introdução de técnicas e equipamentos visa facilitar o processo sem comprometer a autenticidade. Mesmo com toques contemporâneos, o vinho de talha continua sendo uma joia única, representante sublime da cultura milenar do vinho do Alentejo.
Não há uma única maneira de fazer vinho de talha. A abordagem clássica, registrada por António Augusto de Aguiar em 1876, envolve pisa e esmagamento da uva diretamente no pavimento da adega, sem prensas ou lagares fechados.
Basicamente, ao chegar à adega, as uvas são esmagadas, com ou sem engaço, antes de seguir para as talhas. O engaço, parte lenhosa do cacho, desempenha papéis diversos na fermentação, variando conforme tradições locais. Durante a fermentação, as massas vínicas são mexidas manualmente várias vezes ao dia, mantendo o processo autêntico.
Algumas adegas ficam sob a terra para garantir temperaturas mais baixas e menos oxigênio durante a vinificação. A umidade externa é usada para resfriar as talhas, criando um ambiente propício. A fermentação, durando de 8 a 15 dias, é seguida por semanas de repouso, permitindo que as massas se depositem no fundo da talha.
Cada detalhe, desde o desengace até a fermentação, contribui para a identidade única de cada vinho de talha. A tradição se entrelaça com a modernidade, produzindo vinhos que não são apenas testemunhas da história, mas celebrações vivas de uma arte que perdura através dos tempos. Ao degustar um vinho de talha alentejano, cada gole é uma jornada pela história, uma experiência que transcende o paladar.
Cheers!
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