fevereiro 12, 2019
Jumilla é uma região espanhola que tem despontado nos últimos anos, produzindo alguns vinhos saborosos e frutados. Localizada no sudeste da Espanha, a área é uma das denominações mais antigas do país, tendo sido estabelecida em 1966.
Muita gente acredita que a Espanha é um país famoso, repleto de praias paradisíacas e culinária local incrivelmente saborosa, claro que não podemos negar que estas características estão corretíssimas, mas o que a maioria das pessoas não sabe, é que a riqueza vitivinícola daquele país também é importantíssima para o mundo, além de nos agraciar com produções e paisagens espetaculares. E hoje, seguindo nosso roteiro de viagens pela terra da Paella, iremos conhecer melhor a região de Jumilla, e o tão famoso processo vinícola Del Pago.
Jumilla é marcada por seu clima continental, que é suave, por conta da proximidade com o mar Mediterrâneo, porém é uma região árida e de poucas chuvas durante o ano, em períodos irregulares.
O lugar é formado por amplos vales e planícies, com altitudes variantes entre 400 e 800 m acima do nível do mar. Atualmente, a área vinícola abrange cerca de 32.000 hectares, dos quais 45% localizam-se na província de Murcia, e o restante em Albacete. Seus solos contêm calcário pardo e calcário com crosta de cal, ou seja, possuem uma grande capacidade hídrica e mediana de permeabilidade, possibilitando o cultivo das vinhas até mesmo em épocas de seca prolongada.
Os vinhos com a denominação Jumilla podem ser produzidos a partir das uvas permitidas pelo órgão regulador, como Tempranillo, Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Pedro Ximénez e Malvasia. No entanto, a casta de maior destaque e prestigio é a Monastrell, devido à alta capacidade de adaptação ao clima continental e aos solos da região.
Seus exemplares tintos, principalmente os jovens, são marcados pela forte expressão aromática, taninos vivos e coloração escura e intensa, variando desde o vermelho púrpura até tons de roxo. Jumilla produz ainda vinhos licorosos, rosés, brancos e doces, no entanto, os que recebem maior destaque na região são os tradicionais doces e os vinhos de licor, que são de dar água na boca.
Os vinhos de origem Jumilla são exemplares que alcançaram um alto nível dentro do cenário vinícola da Espanha, sendo vinhos bastante premiados em concursos nacionais e internacionais, por isso esta região é tão elegante e importante para o país.
E para entender melhor as denominações de origem do lugar, também é preciso ressaltar que lá, bem como em outras regiões importantes do país, são produzidos vinhos da classe “Vinos de Pago”, uma categoria que é dada a uma propriedade (single state), que significa que sua reputação é elevada. Para garantir esta denominação VP, as vinícolas devem usar apenas uvas de vinhedos próprios, que são exclusivamente vinificadas dentro da propriedade, além, é claro, de garantir que o envelhecimento da bebida ocorra exclusivamente no local, até sua maturação, antes de ser servido.
Viajar à Jumilla é garantia de apreciar um vinho de qualidade e desfrutar de lugares deslumbrantes e muito especiais, sem dúvida uma parada obrigatória para se conhecer na Espanha.
Até a próxima!
fevereiro 05, 2019
A tradição vinícola da Espanha é bem antiga, e vem desde o período em que os romanos dominaram a Península Ibérica, mas muito antes disso, a região já cultivava suas videiras. Existem registros que lá, se cultivam uvas, há pelo menos 6 mil anos, bastante tempo, né? Os séculos se passaram, mas o charme e a importância dos vinhos espanhóis ao redor do mundo só cresceu. Hoje, vamos conhecer um pouco das regiões de Rioja e Ribera del Duero, que são importantíssimas, charmosas e incrivelmente lindas.
La Rioja:
Além de possuir paisagens de tirar o fôlego, Rioja é uma das mais valiosas macrorregiões do país, e foi a primeira a receber o status de DOCa, em 1991. Seus vinhedos estão plantados em altitudes que variam entre 500 e 800 metros acima do nível do mar. Os solos são calcário-argilosos, com boa concentração de ferro. Rioja Alavesa fica a oeste da cidade de Logroño, na margem norte do rio Ebro. Os climas em Rioja Alta e Rioja Alavesa são bastante similares. Devido à influência do Atlântico, não ocorrem temperaturas extremas típicas de climas continentais. Já em Rioja Baja, a leste de Logroño e na margem sul do Ebro, o clima é mais continental, com verões quentes e invernos rigorosos. Os solos são bastante argilosos e chove muito pouco. A principal cepa cultivada é a Garnacha, e os vinhos da região costumam ter menor potencial de guarda do que aqueles produzidos em Rioja Alta e Rioja Alavesa.
Os produtores locais definiam seus vinhos pelo blend e pelo uso da madeira, com estágio em barrica por períodos mais longos do que os estabelecidos nacionalmente. A partir da década de 1970, eles passaram a ser produzidos com longos períodos de maceração, seguidos de estágios mais curtos em madeira. Além disso, o anteriormente mais usado carvalho americano tem sido substituído pelo francês sistematicamente.
Hoje, a tendência é produzir varietais, e mesmo vinhos feitos com uvas de vinhedo único, pois o foco tem se depositado em mostrar a personalidade da uva e do vinhedo em si, ao invés de técnicas de fazer bons blends. Riojas “mais modernos” já apresentam traços mais frutados e são mais influenciados pelas barricas de carvalho francês.
Ribera del Duero:
Esta é provavelmente a mais importante das denominações espanholas. Protegida de qualquer influência marítima por uma cadeia de montanhas. Está localizada na parte mais alta da meseta, com alguns vinhedos a 850 metros de altitude, o que garante noites frias durante o ano todo, mesmo no verão, quando a amplitude térmica pode chegar aos 20ºC. Quem muito se beneficia dessas diferenças de temperatura é a Tempranillo, vedete local, presente em blends e personagem única da maioria dos melhores tintos do lugar. A Garnacha, por sua vez, é usada principalmente nos rosés.
Nos anos 80, o potencial da região era pouco explorado, e a área era mais conhecida por seu produtor mais ilustre, Vega Sicília. A partir de novos investimentos, e do trabalho de enólogos jovens, viu-se um salto na quantidade e qualidade dos tintos lá produzidos.
Um detalhe importante é que o status DO Ribera del Duero só vale para tintos e rosados. Outro é que as castas Cabernet Sauvignon, Malbec e Merlot são permitidas na DO por influência do Vega Sicília, que tem vinhedos antigos dessas cepas. O clone de Tempranillo cultivado em Ribera del Duero é conhecido no local como Tinto Fino e tem as cascas mais grossas, resultando em vinhos mais tintos e com taninos mais adstringentes do que os vistos em vinhos do Rioja, por exemplo.
Duas regiões importantes para a história vitivinícola mundial, que precisam ser exploradas pelos amantes do vinho e da cultura espanhola. E caso você esteja curioso para provar estes sabores milenares, é só acessar o nosso site e conferir os rótulos especiais que preparamos para você degustar, sem sair de casa.